Combater a discriminação religiosa no processo de contratação

O preconceito é inevitável no processo de contratação tradicional, especialmente quando se trata de religião. Aqui estão as leis e soluções para a discriminação religiosa no recrutamento.

De acordo com uma pesquisa realizada pela Datafolha, divulgada no site da globo.com, a maioria das pessoas no Brasil se identifica com uma religião específica. O Cristianismo continua sendo o maior grupo religioso com 50% da população, a Evangélica vem em segundo lugar com 31%, enquanto atualmente 10% da população não se identifica com nenhuma religião. 

Católica50%
Evangélica31%
Sem religião10%
Espírita3%
Umbanda, candomblé ou outras religiões afro-brasileiras
2%
Ateu1%
Judaica0,3%
Outras2%

Tabela criada a partir de dados da reportagem

Talvez o mais notável seja o número crescente de pessoas que relataram não ter religião, o que representa cerca de um décimo da população.

Essas diferenças religiosas e filosóficas são parte do que torna o Brasil um país dos mais diversos caldeirões multi-religiosos do mundo. No entanto, como todos nós estamos mais do que cientes, onde há diferença, pode haver divisão.

O que é discriminação religiosa?

A discriminação religiosa ocorre quando uma pessoa ou grupo de pessoas é tratado injustamente por causa de suas crenças religiosas, ou a falta delas.

O Ministério Público de Justiça, além de diversos grupos criados ao combate da intolerância religiosa, são as principais peças no Brasil que visam combater a discriminação religiosa. O ato torna ilegal discriminar ou tratar uma pessoa injustamente por causa de sua religião. Embora esta lei se aplique a todos os aspectos da sociedade, ela se aplica em particular ao acesso à educação, serviços públicos, bens, serviços e instalações privados e, claro, emprego. 

Discriminação religiosa e emprego

A força de trabalho no Brasil é composta por milhões de pessoas com uma ampla variedade de crenças e denominações religiosas. Cristãos, evangélicos, judeus, umbandistas, espíritas, budistas, ateus e agnósticos – o que você quiser, nós temos. Todas essas religiões são protegidas pelas leis anti-discriminação religiosa no Brasil, que incluem proteções para sistemas de crenças mais afetados pela discriminação, como Umbanda, Candomblé e outras religiões de matriz africana.  

Embora essas proteções existam para garantir que todos sejam tratados com justiça, no mundo do recrutamento, a discriminação pode ser sutil e, portanto, mais difícil de combater.

Discriminação religiosa e recrutamento

Como discutimos em postagens anteriores, qualquer aspecto do processo de contratação é suscetível à parcialidade. Da descrição do cargo ao currículo e à entrevista, os preconceitos inerentes e muitas vezes subconscientes dos recrutadores podem influenciar o julgamento dos candidatos. Esses preconceitos são normalmente baseados em características irrelevantes, como sexo, etnia ou religião do candidato.

Embora possa ser ilegal para um recrutador perguntar a um entrevistado que religião ele é (se não for um requisito para o cargo), a religião do candidato pode ser presumida por outros meios, como seu nome, nacionalidade ou roupa.

Agora – só para deixar claro – não estamos dizendo que os recrutadores são pessoas ruins (longe disso, nós amamos vocês!), Estamos apenas destacando os preconceitos inconscientes inevitáveis ​​aos quais TODOS os humanos são suscetíveis.

Este é particularmente o caso quando se trata de emprego, já que certos costumes religiosos podem ser visados ​​- direta ou indiretamente – por discriminação religiosa. Isso pode assumir a forma de:

· Discriminação religiosa direta – se um indivíduo for escolhido e tratado injustamente por causa de suas crenças religiosas. Por exemplo, se um candidato a um emprego for rejeitado porque suas crenças religiosas o impedem de trabalhar em determinados dias da semana.

· Discriminação religiosa indireta – se uma política da empresa que se aplica a todos os funcionários está em desacordo com uma prática religiosa específica e, portanto, faz com que qualquer adepto dessa crença se sinta vitimado. Por exemplo, se uma empresa tem certas políticas sobre aparência, como proibição de adereços para a cabeça ou pelos faciais, um membro de uma religião que exige o uso de adereços específicos para a cabeça ou barba (como o siquismo) pode se sentir discriminado.

Como cortar a discriminação religiosa pela raiz

Embora não haja muito que possamos fazer para combater o preconceito em seu dia a dia, podemos ajudar a limitá-lo significativamente no processo de recrutamento. Esperamos que isso resulte em uma força de trabalho mais diversificada e inclusiva. Como mostramos em postagens anteriores, um aumento na diversidade leva a melhorias significativas na criatividade, produtividade e satisfação no trabalho. E quem poderia argumentar contra isso?

A melhor maneira de garantir que o preconceito religioso não esteja prejudicando seu processo de recrutamento é ficar às cegas – com uma plataforma de contratação cega, nada menos. Todos os recrutadores desejam contratar a melhor pessoa para o trabalho, independentemente de sua religião, sexo, classe ou sexualidade. O único obstáculo são nossos próprios preconceitos inerentes. Ao remover todos esses detalhes irrelevantes, tudo o que resta são as habilidades e a experiência do candidato – as únicas coisas que realmente importam.

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